dezembro 08, 2012

A vida é emoção




Impregnados de esmero poético e verdade filosófica, os versos de Milton Nascimento apregoam que “por tanto amor / por tanta emoção / a vida me fez assim / doce ou atroz / manso ou feroz / eu caçador de mim”.

Sabemos que o universo humano  é sacudido pelas emoções. Revoluções políticas, religiosas, no mundo das artes, encontros e desencontros existenciais – estão todos assinalados indelevelmente pela força do sentir. Vivemos entre as margens da agonia e do êxtase.

Sentimentos de alegria e tristeza, raiva e medo, amor e desprezo, constituem herança comum à Humanidade. Isto  nos torna iguais na diversidade, pois ninguém escapa aos sentimentos e às emoções. Os sentimentos tanto podem ser nossos melhores aliados na vida, quanto nossos piores inimigos. Tudo dependerá da forma como vamos encarar nossos inevitáveis sofrimentos.

Alguns acreditam que o sofrimento é decorrência de nossos vícios e nossa própria culpa – um carma divino. Outros no entanto o vêem como restauração da alma, imprescindível à autolibertação. De modo irônico, o escritor britânico Oscar Wilde afirmava que “a vantagem das emoções é o fato de elas nos desencaminharem”.

Um dos principais papéis da emoção é conectar nossa natureza animal ao mundo à nossa volta. É ela que nos coloca diante da verdade das coisas. Se a tristeza não tivesse um sentido biológico, nós jamais derramaríamos uma lágrima. A emoção da perda e do sofrimento, sempre abre caminhos a novas possibilidades.

Eis porque o Diadorim de Guimarães Rosa nos diz: “Sofre, sofre depressa, que é para as alegrias novas poderem vir logo”.

“Se chorei ou se sorri” canta Roberto Carlos, “o importante é que emoções eu vivi”.

(Imagem: Flickr, do álbum de Josh Sommers)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pela sua visita e comentário.