Impregnados de esmero poético e verdade filosófica, os versos
de Milton Nascimento apregoam que “por tanto amor / por tanta emoção / a vida
me fez assim / doce ou atroz / manso ou feroz / eu caçador de mim”.
Sabemos que o universo humano é sacudido pelas
emoções. Revoluções políticas, religiosas, no mundo das artes, encontros e
desencontros existenciais – estão todos assinalados indelevelmente pela força
do sentir. Vivemos entre as margens
da agonia e do êxtase.
Sentimentos de alegria e tristeza, raiva e medo, amor e
desprezo, constituem herança comum à Humanidade. Isto nos torna iguais na
diversidade, pois ninguém escapa aos sentimentos e às emoções. Os sentimentos
tanto podem ser nossos melhores aliados na vida, quanto nossos piores inimigos.
Tudo dependerá da forma como vamos encarar nossos inevitáveis sofrimentos.
Alguns acreditam que o sofrimento é decorrência de nossos
vícios e nossa própria culpa – um carma divino. Outros no entanto o vêem como restauração
da alma, imprescindível à autolibertação. De modo irônico, o escritor britânico
Oscar Wilde afirmava que “a vantagem das emoções é o fato de elas nos
desencaminharem”.
Um dos principais papéis da emoção é conectar nossa natureza
animal ao mundo à nossa volta. É ela que nos coloca diante da verdade das
coisas. Se a tristeza não tivesse um sentido biológico, nós jamais derramaríamos
uma lágrima. A emoção da perda e do sofrimento, sempre abre caminhos a novas
possibilidades.
Eis porque o Diadorim de Guimarães Rosa nos diz: “Sofre,
sofre depressa, que é para as alegrias novas poderem vir logo”.
“Se chorei ou se sorri” canta Roberto Carlos, “o importante é
que emoções eu vivi”.
(Imagem: Flickr, do álbum de Josh Sommers)
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