abril 15, 2012

Ser ou não ser





Vivemos numa sociedade permeada por muita informação, pouco conhecimento e, praticamente, nenhuma sabedoria. O ser humano vive atormentado pela dúvida existencial, preconizada pela imortal indagação filosófica de Shakespeare: “Ser ou não ser, eis a questão”.

Somos cidadãos transbordados vivendo em uma sociedade transbordada. Por isso, todos os dias lutamos para não naufragar. E essa sensação nos desgasta. Ela nos afasta do propósito de sermos felizes.Na incerteza, devemos nos entregar incondicionalmente ao inevitável.

Devemos abandonar a incerteza e não a dúvida. Ela dúvida sempre vai existir, pois nos leva à procura da verdade. Não houvesse dúvida e não haveria ciência ou razão. Na incerteza, tomemos o caminho do abandono, que é a renúncia à pretensão de controlar tudo.

Coloquemos nas mãos do universo, da vida, aquilo que não está em nossas mãos. O abandono é uma atividade vital, não uma covardia ou derrota pessoal. Não renunciamos à vida, renunciamos a forçá-la – opinião como a do filósofo Sêneca. Para ele, a sabedoria está em discernir corretamente entre até onde podemos modelar a realidade para ajustá-la aos nossos desejos, e até onde devemos aceitar, com tranqulidade, o inaceitável.

A verdade é que a incerteza faz parte da natureza humana. Por isso, será sempre melhor agir com cautela e serenidade . Nas palavras do filosofo Immanuel Kant, “a inteligência de um indivíduo é medida pela quantidade de incerteza que ele é capaz de suportar”.

Precisamos decidir o que queremos ser, pois no dizer de Arthur Schopenhauer, “não há nenhum vento favorável para aquele que não sabe para onde vai”.
 
(Imagem: Flickr, do álbum de SamyColor)

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