A Sociedade contemporânea vive escravizada pela
tirania dos poderes, da mídia, do sujeito coletivo, das corporações, do Estado
desumano e da teoria do senso comum. O escritor norte-americano Duncan Watts nos
ensina como o senso comum nos engana: “(...) Em outras palavras, o senso comum
não é tanto uma visão do mundo quanto é um saco de crenças logicamente inconsistentes,
por vezes contraditórias, cada qual parecendo apropriada em um momento, mas sem
garantias de que estará certa em qualquer outro instante”.
A
escravidão moderna pode ser descrita como uma “servidão voluntária”, na qual a
sociedade atual aceita e se submete às regras de dominação total sobre seus
corpos e mentes. De forma diversa dos escravos da antiguidade, da Idade Média,
e dos operários do início da Revolução Industrial, os escravos modernos não
enxergam a sua própria desgraça. A resignação faz parte de sua vidas.
Mostrar
a realidade tal qual é – ou seja, uma verdade – e não tal como a mostra o Poder,
constitui a mais autentica forma de subversão. O homem moderno está subjugado a
um trabalho alienado. O trabalhador atual não é treinado, mas adestrado. Não
cria, não pensa, é um verdadeiro robô humano.
As
residências hoje em dia assemelham-se a jaulas, prisões e cavernas. Fato
descrito por Antonin Artaud: “Porque não é o homem, mas o mundo que se tornou
um anormal''. Neste lugar sombrio, uma parcela ínfima da Humanidade acumula
riquezas, em detrimento da vida e da felicidade. “Pois que aproveitará ao homem
ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua alma?” (Marcos, 8;36).
Morremos
pelo excesso e pela escassez de alimentos. Estamos destruindo o meio ambiente,
tornando a Terra em verdadeiro sepulcro da civilização humana. Olvidamos o
pensar de Victor Hugo: “Que triste é pensar que a natureza fala e que a espécie
humana não a escuta!".
Somos
escravos de qualquer modismo, e naufragamos no consumo frenético. Precisamos
trabalhar sempre mais, precisamos gastar sempre mais, precisamos nos vender
sempre mais. Por isso nos alegramos menos, amamos menos, vivemos... menos. A humilhação
faz parte de nossa sobrevivência. Nas empresas, o relógio de ponto substituiu a
chibata. Hoje o trabalho, seja manual ou intelectual, é sempre repetitivo, sem
a emoção criativa que diferencia o homem dos demais animais.
Para
mudarmos essa situação devemos seguir os conselhos descritos em poema do
irlandês Louis MacNeice: “Se algo é viável, obtenível, vamos sonhar com isto
agora/E orar por uma terra possível.../Onde os altares do mero poder e do lucro
caíram em desuso/Onde ninguém vê a vantagem de comprar dinheiro e sangue ao
preço de dinheiro e sangue/Onde o indivíduo, não mais consumido pela
autoconfiança, trabalha com o resto...”.
(Imagem: Flickr, do álbum de Hiking Artist.com)
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