fevereiro 26, 2012

Liberdade



O sentimento libertário acompanha a criatura humana desde o alvorecer da civilização. Jean-Paul Sartre, precursor da filosofia existencialista, preconizou, com enorme propriedade, que nascemos para a liberdade.

Mas, de forma diversa ao que ocorre com as demais criaturas, o homem possui a capacidade da precognição, ou seja, do conhecimento do que ainda não aconteceu. Isto constitui um obstáculo para o alcance de nossa liberdade absoluta, pois sofremos antecipadamente. Assim, seríamos livres como um pássaro em uma gaiola, movendo-nos dentro de certos limites.

A permanente vigilância é o preço que se exige quando se trata da liberdade. Somos cativos do ambiente em que vivemos, das leis a que estamos submetidos, e até de nossas próprias ambições. Para o sociólogo polaco Zygmunt Bauman, “os muitos que perderam a competição, tornaram-se agora servos dos poucos que a ganharam”. Vencedores são apenas soberanos da ilusão.

Liberdade não pode ser entendida apenas como a ausência de restrições. De pouca valia torna-se o dispositivo constitucional que consagra a igualdade entre as pessoas, se a maioria é constituída por escravos do analfabetismo, filhos da miséria, excluídos da família humana. A ponte que une a liberdade humana à espiritual é o autoconhecimento, pois ele conduz á autolibertação.

Livre é o que livre se imagina. Não importa se aprisionado em fria cela ou em leito hospitalar. Pois como disse o grande escritor português Guerra Junqueiro, “prende-se o corpo, mas a alma voa”.

Pela palavra de Cecília Meirelles nos vem significativa definição de liberdade – “essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.

(Imagem: Flickr, do álbum de La Bella Sandra)

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