dezembro 11, 2011

O todo no tudo



O homem busca freneticamente a felicidade desde os primórdios da civilização. Trata-se de uma busca que se tornou estéril, inútil, pois a felicidade não está em outro lugar senão escondida na alma humana. Eterno cativo, o homem é um prisioneiro incondicional de seus pensamentos.

Os cientistas estimam que possam nos ocorrer, diariamente, sessenta mil pensamentos em média. Alguns destes, destrutivos. Como o egoísmo e o medo – velhos habitantes da masmorra de nosso inconsciente.

A pior escravidão é a que existe em nós. Já houve tempo em que o homem não sabia o que queria. Hoje quer tudo. A Humanidade parece padecer de miopia mental e depressão cultural. Ouvimos o barulho das ruas, mas não escutamos a voz do coração. Olhamos a multidão, mas não enxergamos o semelhante ao nosso lado. O acúmulo de informações inúteis produz pouco conhecimento, e praticamente nenhuma sabedoria.

Precisamos encontrar o caminho da autolibertação e do autoconhecimento, o que só é possível pela meditação e contemplação. Cinco séculos antes de Cristo, Pitágoras ensinava: “Aprenda a ficar em silêncio. Deixe sua mente, tranquila, ouvir e absorver”. 

Você não precisa mudar o mundo, mas apenas a forma como o vê. Procure então ver o todo no tudo, ao invés de apenas fragmentos ilusórios da realidade humana. A cadeira em que V. está sentado, um dia foi semente e árvore. E teve que morrer, para que você possa desfrutar de seus benefícios. Mas, lembre-se: seja sempre humilde, como ensinava o autor de Tao Te Chinq – uma das obras fundamentais do taoísmo – , o filósofo e alquimista chinês Lao Tse,: “Todos os rios correm para o oceano porque ele é mais baixo que eles. A humildade lhe dá esse poder”.

(Imagem: Flickr, do álbum de Adrienne)

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