outubro 13, 2012

Viva a Música Brasileira!



A música é a expressão mais difundida nas artes. E é através da arte que o Homem se humaniza e se aproxima do Criador.

Arte é tudo aquilo que nos emociona, nos toca a alma e se perpetua na mente humana. A dimensão do poder da música é exaltada nas palavras de Schopenhauer: “A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende”.

A Música Brasileira – não só a popular, mas todo o conjunto de seus  músicos e compositores em todos os seus gêneros – constitui um verdadeiro patrimônio da cultura brasileira. Nos dias atuais, contudo, nossa música tem padecido de criatividade, bom gosto e carência de talentos. De forma diversa à de outros tempos, não vislumbro filosofia e poesia em sucessos tipo ai se eu pego, tche-tche-tche, le-le-le e assim por diante.

Despretensiosamente (e longe de manifestar preferências), rendo aqui minha homenagem aos imortais da Música Brasileira. Registro exemplos do que considero maravilhosos versos poéticos, cheios de reflexões filosóficas de grande impacto para a alma humana:

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é” (Caetano Veloso, em Dom de Iludir).

Quando a caminhada está difícil, é oportuno lembrar de “Ando devagar / Porque já tive pressa / E levo esse sorriso / Porque já chorei demais / Hoje me sinto mais forte / Mais feliz quem sabe / Eu só levo a certeza / De que muito pouco sei / Ou nada sei” (Renato Teixeira, em Tocando em Frente).

Trago também na memória: “Pobre moreno / Que de noite no sereno / Espera a lua no terreiro / Tendo um cigarro / Por companheiro / Sem um aceno / Ele pega da viola / E a lua por esmola / Vem pro quintal / Deste moreno” – linda canção de Lamartine Babo em Rancho Fundo.

A dignidade da pessoa humana é lembrada por Gonzaguinha em Guerreiro Menino: “Um homem se humilha, se castram seus sonhos / Seu sonho é sua vida, e vida é trabalho / E sem trabalho, o homem não tem honra / Se morre, se mata / Não dá prá ser feliz, não dá pra ser feliz”. 

Certa andou a saudosa Cora Coralina, pois não morre aquele que deixou na terra a melodia do seu cântico na música de seus versos.

(Imagem: Flickr, do álbum de Lavínia Carvalho)

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