julho 14, 2012

Prisioneiros do medo




O ser humano é capaz de perceber eventos, formular os mais complexos juizos, recordar todo tipo de informação, resolver problemas inimagináveis e colocar em ação qualquer plano jamais elaborado. Entretanto, essa maravilhosa capacidade o torna senhor de decisões para diversos fins. Como a de colocar sua própria vida em defesa de um desconhecido ou como humilhar seu semelhante sem qualquer justificativa.

Verdadeiro guardião da paz e juiz da guerra, conhecedor de seus poderes e de sua imensurável fraqueza, o homem vive engaiolado em sua alma, eterno prisioneiro do medo. O instinto de sobrevivência, a ignorância dos verdadeiros valores da vida e a presença traiçoeira da dúvida, colocam-nos em inércia doentia. Não arriscamos, com medo de perder. Não amamos, com medo da paixão. Não nos envolvemos, com medo da ilusão. Não falamos, com medo do que vamos escutar. E não vivemos, porque temos medo de morrer.

Algumas vezes nem partimos com medo de não voltarmos. A primeira sensação de medo é a que sentimos ao nascer. Desprotegidos, sentimos frio, sentimos o desalento, sentimos a verdade do medo de viver. Mas devemos pensar como Pablo Casals, que afirma que a principal coisa na vida é não ter medo de ser humano.

O sentimento de medo é necessário, inclusive para a sobrevivência da raça humana. É uma forma de energia que não pode ser destruída ou ignorada, mas pode ser transformada em ação de cautela e prudência. A verdade é que os portais da sabedoria e do conhecimento estão sempre abertas. A vitória sobre o medo depende de sabermos que a vida é muito simples: o que damos, recebemos, o que pensamos sobre nós torna-se verdade para nós. Somos responsáveis pelos nossos medos, cada um de nós cria em seu pensamento o seu caminho de vida e o de busca à sua felicidade. A covardia é o consentimento que temos do medo, e a coragem é a vitoria sobre o medo.

Pode parecer estranho, mas muita gente não acredita em nada mas tem medo de tudo. Certo estava Franklin Delano Roosevelt: “Aquilo que mais devemos temer é o próprio medo”.

(Imagem: Flickr, do álbum de Bruno Leyval)

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