Conhecimento
adquirido através da experiência e culto às tradições e costumes, o senso comum
é sempre um aprendizado pautado pela falta de reflexão, uma espécie de maria-vai-com-as-outras.
O antropólogo americano Clifford Geertz definiu o senso comum “um emaranhado de
práticas recebidas, crenças aceitas, julgamentos habituais e emoções que não
foram ensinadas”.
É
através do senso comum que sabemos o que vestir, quando trabalhar, como nos
comportarmos na rua ou em uma festa, como manter relações sociais harmoniosas.
São regras ocultas a que somos levados a obedecer.
Em
contraste com o conhecimento teórico, o senso comum não reflete sobre o mundo.
Em vez disso, tenta lidar com ele simplesmente como ele é, ou como pensamos que
ele seja. E varia de acordo com a época e a ocasião. No início do século
passado, era comum assistir a um jogo de futebol vestindo trajes que incluiam
terno, gravata, chapéu e outros assessórios hoje totalmente desconhecidos. Como,
por exemplo, uma caixinha de rapé.
Senso
comum não se confunde com bom senso. Enquanto este é sempre norteado por
princípios que buscam o bem estar e a harmonia social, o senso comum pode estar
mais próximo de um modismo desconfortante e até preconceituoso. Pois como
asseverou Oscar Wilde, “a maioria dos homens morre de uma espécie de senso
comum rasteiro, e descobre, quando já é demasiado tarde, que as únicas coisas
de que nunca nos arrependemos são as nossas tolices”.
Negação
do óbvio, pois na maioria da vezes nos engana, o senso comum tantas vezes
ocultou e oculta o bom senso que o teme.
E que, apesar disso, sempre existiu.
(Imagem: Flickr, do álbum de Theblueheartbeat)
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